Jardim

Negro jardim onde violas soam
e o mal da vida em ecos se dispersa:
à toa uma canção envolve os ramos
como a estĂĄtua indecisa se reflete

no lago hĂĄ longos anos habitado
por peixes, não, matéria putrescível,
mas por pĂĄlidas contas de colares
que alguém vai desatando, olhos vazados

e mĂŁos oferecidas e mecĂąnicas,
de um vegetal segredo enfeitiçadas,
enquanto outras visÔes se delineiam

e logo se enovelam: mascarada,
que sei de sua essĂȘncia (ou nĂŁo a tem),
jardim apenas, pétalas, pressågio