Bilhete
O teu vulto ficou na lembrança guardado,
vivo, por muitas horas!… e em meus olhos baços
Fitei-te – como alguém que ansioso e torturado
Tentasse inutilmente reavivar teus traços…Num relance te vi – depois, quase irritado
Fugi, – e reparei que ao marcar os meus passos
ia a dizer teu nome e a ver por todo lado
o teu vulto… o teu rosto… e o clarão dos teus braços!Talvez eu faça mal em querer ser sincero,
censurarás – quem sabe? Essa minha ousadia,
e pensarás até que minto, e que exagero…Ou dirás, que eu falar-te nesse tom, não devo,
que o que escrevo Ă© infantil e absurdo, Ă© fantasia,
e afinal tens razão… nem sei por que te escrevo!
Sonetos sobre Exagero
2 resultados Sonetos de exagero escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.
Incontentado
PaixĂŁo sem grita, amor sem agonia,
Que nĂŁo oprime nem magoa o peito,
Que nada mais do que possui queria,
E com tĂŁo pouco vive satisfeito.Amor, que os exageros repudia,
Misturado de estima e de respeito,
E, tirando das mágoas alegria,
Fica farto, ficando sem proveito.Viva sempre a paixĂŁo que me consome,
Sem uma queixa, sem um sĂł lamento!
Arda sempre este amor que desanimas!Eu eu tenha sempre, ao murmurar teu nome,
O coração, malgrado o sofrimento,
Como um rosal desabrochado em rimas.