Eu Vi Dos Pólos O Gigante Alado
Eu vi dos pólos o gigante alado,
Sobre um montão de pálidos coriscos,
Sem fazer caso dos bulcões ariscos,
Devorando em silêncio a mão do fado!Quatro fatias de tufão gelado
Figuravam da mesa entre os petiscos;
E, envolto em manto de fatais rabiscos,
Campeava um sofisma ensangüentado!– “Quem és, que assim me cercas de episódios?”
Lhe perguntei, com voz de silogismo,
Brandindo um facho de trovões seródios.– “Eu sou” – me disse, – “aquele anacronismo,
Que a vil coorte de sulfúreos ódios
Nas trevas sepultei de um solecismo…”
Sonetos Exclamativos de Bernardo Guimarães
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Trabalho E Luz II
Trabalho e luz, mais luz e mais trabalho!
Sem trabalho não pode dar-se a luz,
Ao trabalho preside a diva luz
E de noite sem luz não há trabalho.O trabalho é saúde, é vida, é luz;
Para ter uma luz, sempre trabalho;
Sai sem luz, todo errado, o meu trabalho,
Pois não há bom trabalho sem a luz.Ora, a luz sendo o guia do trabalho
Nada faz o trabalho sem a luz,
E nem a luz é nada sem trabalho.À força do trabalho obtém-se a luz
Mas a luz não resplande sem trabalho
Glória ao trabalho e luz, luz e trabalho.