Baby!
Baby! Sossega a tua voz. NĂŁo digas mais
Essas canções do Mundo. Deixa que eu esqueço
Que fui menino ao colo de seus pais.
Deixa! Que o coração em si mesmo o adormeço…Com olhos de criança olho os desiguais
Dias e nuvens, sĂłs, passando, e empalideço…
Canto de Prometeu todo desfeito em ais!
E a vida, a vida atĂ©, brinquedo que aborreço…Mundo dos meus enganos como a desventura!
ExperiĂŞncia, – pobre fumo! Anela o meu cabelo
E põe-me o bibe azul e antigo da Ternura…Que a vida, essa Babel desfeita que se embala,
ainda Ă© para mim – criança de Deus, pesadelo
Da infância das fanfarras, fogo de Bengala!
Sonetos Exclamativos de LuĂs de Montalvor
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Infante
Dá-me o sol a minha fronte. Doloridos
e chagados meus pĂ©s descalços vĂŁo fugindo…
– MemĂłrias dos meus doidos passos incontidos!
– Ă“ meu rumor do mundo em pĂ©talas abrindo!Ă“ corças que correis pela tarde desferindo
o balido ligeiro que alonga os ouvidos…
– Tarde de Ă©cloga e mel silvestre reluzindo…
– Minhas vinhas de vinhos de oiro nĂŁo bebidos…Desfolham-se ilusões e vĂŁo-se sem apegos…
Murchou a flor dos meus desejos com que pude
a vida transformar em Ăłcios e sossegos…Que lucrei, eu, Senhor! com horas execráveis
dum sonho que perdeu meu corpo de virtude?
– o prĂłdigo que fui dos erros inefáveis!