Ciganos em Viagem
A tribo que prevĂȘ a sina dos viventes
Levantou arraiais hoje de madrugada;
Nos carros, as mulherâ, câo a torva filharada
Ăs costas ou sugando os mamilos pendentes;Ao lado dos carrĂ”es, na pedregosa estrada,
Vão os homens a pé, com armas reluzentes,
Erguendo para o céu uns olhos indolentes
Onde jĂĄ fulgurou muita ilusĂŁo amada.Na buraca onde estĂĄ encurralado, o grilo,
Quando os sente passar, redobra o meigo trilo;
Cibela, com amor, traja um verde mais puro,Faz da rocha um caudal, e um vergel do deserto,
Para assim receber esses pâra quem âstĂĄ aberto
O império familiar das trevas do futuro!Tradução de Delfim Guimarães
Sonetos sobre Familiar de Charles Baudelaire
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ObsessĂŁo
Os bosques para mim sĂŁo como catedrais,
Com orgĂŁos a ulular, incutindo pavorâŠ
E os nossos coraçÔes, â jazidas sepulcrais,
De profundis tambĂ©m soluçam, nâum clamor.Odeio do oceano as iras e os tumultos,
Que retratam minhâalma! O riso singular
E o amargo do infeliz, misto de pranto e insultos,
Ă um riso semelhante ao do soturno mar.Ai! como eu te amaria, Ăł Noite, caso tu
Pudesses alijar a luz que te constéia,
Porque eu procuro o Nada, o Tenebroso, o Nu!Que a própria escuridão é tambem uma téia,
Onde vejo fulgir, na luz dos meus olhares.
Os entes que perdi, â espectros familiares!Tradução de Delfim GuimarĂŁes