Ă tu, consolador dos malfadados
Ă tu, consolador dos malfadados,
Ă tu, benigno dom da mĂŁo divina,
Das mĂĄgoas saborosa medicina,
Tranquilo esquecimento dos cuidados:Aos olhos meus, de prantear cansados,
Cansados de velar, teu voo inclina;
E vĂłs, sonhos d’amor, trazei-me Alcina,
Dai-me a doce visĂŁo de seus agrados:Filha das trevas, frouxa sonolĂȘncia,
Dos gostos entre o férvido transporte
Quanto me foi suave a tua ausĂȘncia!Ah!, findou para mim tĂŁo leda sorte;
Agora Ă© sĂł feliz minha existĂȘncia
No mudo estado, que arremeda a morte.
Sonetos sobre Felizes de Manuel Maria Barbosa du Bocage
3 resultadosDas Terras A Pior Tu Ăs, Ă Goa
Das terras a pior tu Ă©s, Ăł Goa,
Tu pareces mais ermo que cidade,
Mas alojas em ti maior vaidade
Que Londres, que Paris ou que Lisboa.A chusma de teus Ăncolas pregoa
Que excede o GrĂŁo Senhor na qualidade;
Tudo quer senhoria; o prĂłprio frade
Alega, para tĂȘ-la, o jus da c’roa!De timbres prenhe estĂĄs; mas oiro e prata
Em cruzes, com que dantes te benzias,
Foge a teus infançÔes de bolsa chata.Oh que feliz e esplĂȘndida serias,
Se algum fusco Merlim, que faz bagata,
Te alborcasse a pardaus as senhorias!
Esperança Amorosa
Grato silĂȘncio, trĂ©mulo arvoredo,
Sombra propĂcia aos crimes e aos amores,
Hoje serei feliz! – Longe, temores,
Longe, fantasmas, ilusÔes do medo.Sabei, amigos Zéfiros, que cedo
Entre os braços de Nise, entre estas flores,
Furtivas glĂłrias, tĂĄcitos favores,
Hei-de enfim possuir: porém segredo!Nas asas frouxos ais, brandos queixumes
Não leveis, não façais isto patente,
Quem nem quero que o saiba o pai dos numes:Cale-se o caso a Jove omnipotente,
Porque, se ele o souber, terĂĄ ciĂșmes,
VibrarĂĄ contra mim seu raio ardente.