Gonçalves Dias
(AO PÉ DO MAR)
SE EU PUDESSE cantar a grande história,
Que envolve ardente o teu viver brilhante…
Filho dos trópicos que – audaz gigante –
Desceste ao túmulo subindo à Glória!Teu túmulo colossal – nest’hora eu fito –
Altivo, rugidor, sonoro, extenso –
O mar!… e ……. O sim, teu crânio imenso
Só podia conter-se no infinito…E eu – sou louco talvez – mas quando, forte,
Em seu dorso resvala – ardente – norte,
E ele espumante estruge, brada, grita,E em cada vaga uma canção estoura…
Eu – creio ser tu’alma que, sonora,
Em seu seio sem fim – brava – palpita!
Sonetos sobre Fim de Euclides da Cunha
2 resultados Sonetos de fim de Euclides da Cunha. Leia este e outros sonetos de Euclides da Cunha em Poetris.
Robespierre
Alma inquebrável – bravo sonhador
De um fim brilhante, de um poder ingente,
De seu cérebro audaz, a luz ardente
É que gerava a treva do Terror!Embuçado num lívido fulgor
Su’alma colossal, cruel, potente,
Rompe as idades, lúgubre, tremente,
Cheia de glórias, maldições e dor!Há muito que, soberba, ess’alma ardida
Afogou-se cruenta e destemida
– Num dilúvio de luz: Noventa e três…Há muito já que emudeceu na história
Mas ainda hoje a sua atroz memória
É o pesadelo mais cruel dos reis!…