Hora MĂstica
Noite caindo … CĂ©u de fogo e flores.
Voz de CrepĂșsculo exalando cores,
O céu vai cheio de Deus e de harmonia.
SilĂȘncio … Eis-me rezando aos fins do dia.NĂ©voa de luz criando imagens na ĂĄgua,
Nome das åguas esculpindo os céus,
Tarde aos relevos hĂșmidos de frĂĄgua,
Boca da noite, eis-me rezando a Deus.Eis-me entoando, a voz de cinza e ouro,
â Oh, cores na ĂĄgua vindo Ă s mĂŁos em branco! â
Minha Ăłpera de Sol ao Ășltimo arranco.E, oh! hora mĂstica em que o olhar abraso,
â Sol expirando aos PĂłrticos do Ocaso! â
Dobra em meu peito um oceano em coro.
Sonetos sobre Flores de Afonso Duarte
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Erros Meus a que Chamarei Virtude
Erros meus a que chamarei virtude,
Por bem vos quero, e morro despedido
Sem amor, sem saĂșde, o chĂŁo perdido,
Erros meus a que chamarei virtude.A terra cultivei, amargo e rude,
No sonho de melhor a ter servido;
Para ilusĂŁo de um palmo de comprido,
A terra cultivei, amargo e rude.E o amor? A saĂșde? Eis os dois Lagos
Onde os olhos me ficam debruçados
â Azul e roxo, rasos de ĂĄgua os Lagos.Mas direis, erros meus, ainda amores?
â SĂŁo bonitos os dias acabados
Quando ao poente o Sol desfolha flores.