O Meu ImpossĂvel
Minh’alma ardente Ă© uma fogueira acesa,
Ă um brasido enorme a crepitar!
Ănsia de procurar sem encontrar
A chama onde queimar uma incerteza!Tudo Ă© vago e incompleto! E o que mais pesa
Ă nada ser perfeito.Ă deslumbrar
A noite tormentosa até cegar,
E tudo ser em vĂŁo! Deus, que tristeza!…Aos meus irmĂŁos na dor jĂĄ disse tudo
E nĂŁo me compreenderam!…VĂŁo e mudo
Foi tudo o que entendi e o que pressinto…Mas se eu pudesse a mĂĄgoa que em mim chora
Contar, nĂŁo a chorava como agora,
IrmĂŁos, nĂŁo a sentia como a sinto!…
Sonetos sobre Fogueiras de Florbela Espanca
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Interrogação
A Guido Batelli
Neste tormento inĂștil, neste empenho
De tornar em silĂȘncio o que em mim canta,
Sobem-me roucos brados Ă garganta
Num clamor de loucura que contenho.Ă alma de charneca sacrossanta,
IrmĂŁ da alma rĂștila que eu tenho,
Dize pra onde vou, donde Ă© que venho
Nesta dor que me exalta e me alevanta!VisÔes de mundos novos, de infinitos,
CadĂȘncias de soluços e de gritos,
Fogueira a esbrasear que me consome!Dize que mĂŁo Ă© esta que me arrasta?
NĂłdoa de sangue que palpita e alastra…
Dize de que Ă© que eu tenho sede e fome?!