Despois Que Viu Cibele O Corpo Humano
Despois que viu Cibele o corpo humano
do fermoso Ătis seu verde pinheiro,
em piedade o vĂŁo furar primeiro
convertido, chorou seu grave dano.E, fazendo a sua dor ilustre engano,
a JĂșpiter pediu que o verdadeiro
preço da nova palma e do loureiro,
ao seu pinheiro desse, soberano.Mais lhe concede o filho poderoso
que, as estrelas, subindo, tocar possa,
vendo os segredos lĂĄ do CĂ©u superno.Oh! ditoso Pinheiro! Oh! mais ditoso
quem se vir coroar da folha vossa,
cantando Ă vossa sombra verso eterno!
Sonetos sobre Folhas de LuĂs de CamĂ”es
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Pouco te Ama
Na metade do CĂ©u subido ardia
O claro, almo Pastor, quando deixavam
O verde pasto as cabras, e buscavam
A frescura suave da ĂĄgua fria.Com a folha das ĂĄrvores, sombria,
Do raio ardente as aves se amparavam;
O mĂłdulo cantar, de que cessavam,
SĂł nas roucas cigarras se sentia.Quando Liso Pastor, num campo verde,
Natércia, crua Ninfa, só buscava
Com mil suspiros tristes que derrama.Porque te vĂĄs de quem por ti se perde,
Para quem pouco te ama? (suspirava)
E o eco lhe responde: Pouco te ama.