Sonetos sobre Gl贸ria

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Sonetos de gl贸ria escritos por poetas consagrados, fil贸sofos e outros autores famosos. Conhe莽a estes e outros temas em Poetris.

Pequei, Senhor; Mas N茫o Porque Hei Pecado

Pequei, Senhor; mas n茫o porque hei pecado,
Da vossa alta clem锚ncia me despido,
Porque quanto mais tenho delinq眉ido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um s贸 gemido:
Que a mesma culpa, que vos h谩 ofendido,
Vos tem para o perd茫o lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e j谩 cobrada
Gl贸ria tal e prazer t茫o repentino
Vos deu, como afirmais na sacra hist贸ria:

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e n茫o queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa gl贸ria.

Amor, se te Repito

Amor, se te repito, se te clamo
se te exijo e te cravo em mim, se espero
sabendo que n茫o vens, e se te gero
em cada instante meu, e se te amo,

amor, se te reservo o que mais quero,
se te acredito exacto e te reclamo,
se te adivinho e sonho e te proclamo
Deus, cora莽茫o e p谩tria, o que venero.

Amor, se te situo necess谩rio,
se me unifico em ti, eu que fui v谩rio
e fraco para todas as batalhas,

em nome de que gl贸ria irei firmado
a conquistar-te, amor, se nem me 茅 dado
pedir no instante extremo que me valhas?

8A Sombra – 脷ltimo Fantasma

Quem 茅s tu, quem 茅s tu, vulto gracioso,
Que te elevas da noite na orvalhada?
Tens a face nas sombras mergulhada…
Sobre as n茅voas te libras vaporoso …

Baixas do c茅u num v么o harmonioso!…
Quem 茅s tu, bela e branca desposada?
Da laranjeira em flor a flor nevada
Cerca-te a fronte, 贸 ser misterioso! …

Onde nos vimos n贸s? 脡s doutra esfera ?
脡s o ser que eu busquei do sul ao norte. . .
Por quem meu peito em sonhos desespera?

Quem 茅s tu? Quem 茅s tu? – 脡s minha sorte!
脡s talvez o ideal que est’alma espera!
脡s a gl贸ria talvez! Talvez a morte!

Mar铆lia De Dirceu

Soneto 8

Nascer no ber莽o da maior grandeza,
De palmas e de louros rodeado,
Deve-se aos grandes pais, ao tronco honrado,
Que ilustra deste longe a natureza.

Se por茅m muito mais se adora e preza
O Dom que o nobre sangue traz herdado,
Pela pr贸pria virtude sustentado,
Feliz o objeto da presente empresa.

De mil her贸is, no Tejo vencedores,
Um ramo nasce, um ramo que a mem贸ria
Faz imortal de seus progenitores.

Eu leio em vatic铆nio a sua hist贸ria:
Une Francisco, a par de seus maiores
Ao herdado esplendor a pr贸pria gl贸ria.

Soneto XXXXV

Ecos de minhas gl贸rias, que ficastes
Nos vales, onde foram sepultadas,
Pois morreram sem tempo malogradas,
Porque com elas n茫o vos sepultastes?

Se, como a brados de Le茫o, cuidastes
Que poderiam ser ressuscitadas,
S茫o vozes essas no deserto dadas
Que a conjun莽茫o dos dias j谩 passastes.

E se ficastes para me ajudardes
A renovar meu sentimento esquivo,
N茫o desacrediteis minhas mem贸rias,

Que se c’os Ecos meus vos encontrardes,
Achareis, que servis mais para um vivo,
E que eles servem s贸s a mortas gl贸rias.

Vem, oh Noite Sombria

Vem, oh noite sombria, e revolvendo
O longo a莽oite, que 脿 carreira acende
As fuscas 脡guas, sobre a terra estende
De sombras carregado o manto horrendo:

Vem: e as brancas papoilas espremendo,
Em let谩rgico sono os mortais prende;
Que a minha bela Aglaia hoje me atende,
A meu amor mil gl贸rias prometendo.

Se 脿s minhas vozes d谩s benigno ouvido,
Encobrindo com teu escuro manto
Os suaves del铆rios de amor cego;

Imolar-te prometo agradecido
Um negro galo, que em cont铆nuo canto
Se atreve a perturbar o teu sossego.

Tomou-me Vossa Vista Soberana

Tomou-me vossa vista soberana
Aonde tinha as armas mais 脿 m茫o,
Por mostrar a quem busca defens茫o
Contra esses belos olhos, que se engana.

Por ficar da vit贸ria mais ufana,
Deixou-me armar primeiro da raz茫o;
Bem salvar-me cuidei, mas foi em v茫o,
Que contra o C茅u n茫o vale defensa humana.

Contudo, se vos tinha prometido
O vosso alto destino esta vit贸ria,
Ser-vos ela bem pouco est谩 entendido.

Pois, inda que eu me achasse apercebido,
N茫o levais de vencer-me grande gl贸ria,
Eu a levo maior de ser vencido.