Ao Sol Do Meio-Dia Eu Vi Dormindo
Ao sol do meio-dia eu vi dormindo
Na calçada da rua um marinheiro,
Roncava a todo o pano o tal brejeiro
Do vinho nos vapores se expandindo!Além um espanhol eu vi sorrindo,
Saboreando um cigarro feiticeiro,
Enchia de fumaça o quarto inteiro…
Parecia de gosto se esvaindo!Mais longe estava um pobretão careca
De uma esquina lodosa no retiro
Enlevado tocando uma rabeca!…Venturosa indolência! não deliro
Se morro de preguiça… o mais é seca!
Desta vida o que mais vale um suspiro?
Sonetos sobre Indolência
2 resultados Sonetos de indolência escritos por poetas consagrados, filósofos e outros autores famosos. Conheça estes e outros temas em Poetris.
Desdéns
Realçam no marfim da ventarola
As tuas unhas de coral felinas
Garras com que, a sorrir, tu me assassinas,
Bela e feroz… O sândalo se evolua;O ar cheiroso em redor se desenrola;
Pulsam os seios, arfam as narinas…
Sobre o espaldar de seda o torso inclinas
Numa indolência mórbida, espanhola…Como eu sou infeliz! Como é sangrenta
Essa mão impiedosa que me arranca
A vida aos poucos, nesta morte lenta!Essa mão de fidalga, fina e branca;
Essa mão, que me atrai e me afugenta,
Que eu afago, que eu beijo, e que me espanca!