NĂŁo Ser

Quem me dera voltar Ă  inocĂȘncia
Das coisas brutas, sĂŁs, inanimadas,
Despir o vĂŁo orgulho, a incoerĂȘncia:
– Mantos rotos de estĂĄtuas mutiladas!

Ah! arrancar Ă s carnes laceradas
Seu mĂ­sero segredo de consciĂȘncia!
Ah! poder ser apenas florescĂȘncia
De astros em puras noites deslumbradas!

Ser nostĂĄlgico choupo ao entardecer,
De ramos graves, plĂĄcidos, absortos
Na mĂĄgica tarefa de viver!

Ser haste, seiva, ramaria inquieta,
Erguer ao sol o coração dos mortos
Na urna de oiro duma flor aberta!…