Estrangeiro
Sou estrangeiro em todos os lugares.
InĂștil procurar-te, aldeia minha.
Subo de escada todos os andares,
com a fria espada a acutilar-me a espinha.NĂŁo sou daqui nem sou de lĂĄ. Perdi-me
na indecisĂŁo de becos e de esquinas.
Como o pardal diante do gato, vi-me
apanhado por garras assassinas.Os mapas pendurados nas paredes
riem de mim como insensĂveis redes,
rasgando os peixes que nĂŁo fogem mais.Prenderam-me entre muros que abomino
e toda a noite entoam-me seu hino
de insultos, gritos e Ăłdios triunfais.
Sonetos sobre InĂșteis de Reynaldo Valinho Alvarez
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