O Condenado
Folga a justiça e geme a natureza – Bocage
Alma feita somente de granito,
Condenada a sofrer cruel tortura
Pela rua sombria d’amargura
– Ei-lo que passa – réprobo maldito.Olhar ao chão cravado e sempre fito,
Parece contemplar a sepultura
Das suas ilusões que a desventura
Desfez em pó no hórrido delito.E, à cruz da expiação subindo mudo,
A vida a lhe fugir já sente prestes
Quando ao golpe do algoz, calou-se tudo.O mundo é um sepulcro de tristeza,
Ali, por entre matas de ciprestes,
Folga a justiça e geme a natureza.
Sonetos sobre Justiça de Augusto dos Anjos
1 resultado Sonetos de justiça de Augusto dos Anjos. Leia este e outros sonetos de Augusto dos Anjos em Poetris.