Quando Canta A Maldonado
Quando canta a Maldonado
E os quadris saracoteia,
NĂŁo Ă© mulher, Ă© sereia,
NĂŁo Ă© mulher, Ă© o pecado.Ao vĂŞ-la, pois, enleado
Perco o siso, o verbo, a ideia,
E um desejo audaz se enleia
Neste peito meu bronzeado.Chamei-te sereia! engano!
Nunca tolice maior
Borbotou do lábio humano.Que toda a sereia, flor,
Finda em peixe… e ou eu me engano,
Ou tu acabas… melhor.
Sonetos sobre Lábios de António Cândido Gonçalves Crespo
2 resultados Sonetos de lábios de António Cândido Gonçalves Crespo. Leia este e outros sonetos de António Cândido Gonçalves Crespo em Poetris.
Soneto da Nudez
Há um misto de azul e trevas agitadas
Nesse felino olhar de lĂşbrica bacante.
Quando lhe cai aos pés a roupa flutuante,
Contemplo, mudo e absorto, as formas recatadas.Nessa mulher esplende um poema deslumbrante
De volĂşpia e langor; em noites tresloucadas
Que suave nĂŁo Ă© nas rosas perfumadas
De seus lábios beber o aroma inebriante!Fascina, quando a vejo à noite seminua,
Postas as mĂŁos no seio, onde o desejo estua,
A boca descerrada, amortecido o olhar…Fascina, mas sua alma Ă© lodo, onde nĂŁo pousa
Um raio dessa aurora, o amor, sublime cousa!
Raio de luz perdido em tormentoso mar!