Como uma Voz de Fonte que Cessasse
Como uma voz de fonte que cessasse
(E uns para os outros nossos vĂŁos olhares
Se admiraram), pâra alĂ©m dos meus palmares
De sonho, a voz que do meu tĂ©dio nasceParou… Apareceu jĂĄ sem disfarce
De mĂșsica longĂnqua, asas nos ares,
O mistério silente como os mares,
Quando morreu o vento e a calma pasce…A paisagem longĂnqua sĂł existe
Para haver nela um silĂȘncio em descida
Pâra o mistĂ©rio, silĂȘncio a que a hora assiste…E, perto ou longe, grande lago mudo,
O mundo, o informe mundo onde hĂĄ a vida…
E Deus, a Grande Ogiva ao fim de tudo…
Sonetos sobre Lagos de Fernando Pessoa
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