Soneto I
Ao Duque
A glĂłria do edifĂcio, o louvor alto
Do que a última mão lhe põe, se dobra
Em desgraça daquele, e mágoa da obra,
Que no melhor lhe foi escasso e falto.Este de letras, com que ao CĂ©u me exalto
E que em mim vossa mĂŁo levanta e obra,
Se sua perfeição por vós não cobra,
A todos causa mágoa e sobressalto.Já que os andames da esperança minha
Não há quem desarmá-los hoje possa,
Fazei com que este meu trabalho monte.VĂłs sereis minha glĂłria, eu glĂłria vossa,
Ficando Ă vista as que eu já n’alma tinha,
Vossas armas reais em minha fronte.
Sonetos sobre Mágoa de Vasco Mouzinho de Quebedo
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