O Ăltimo NĂșmero
Hora da minha morte. Hirta, ao meu lado,
A idéia estertorava-se⊠No fundo
Do meu entendimento moribundo
jazia o Ășltimo nĂșmero cansado.Era de vĂȘ-lo, imĂłvel, resignado,
Tragicamente de si mesmo oriundo,
Fora da sucessĂŁo, estranho ao mundo,
Com o reflexo fĂșnebre do Increado:Bradei: â Que fazes ainda no meu crĂąnio?
E o Ășltimo nĂșmero, atro e subterrĂąneo,
Parecia dizer-me: âĂ tarde, amigo!Pois que a minha ontogĂȘnica Grandeza
Nunca vibrou em tua lĂngua presa,
NĂŁo te abandono mais! Morro contigo!â
Sonetos sobre Moribundos de Augusto dos Anjos
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