Sonetos sobre Morte de Euclides da Cunha

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Sonetos de morte de Euclides da Cunha. Leia este e outros sonetos de Euclides da Cunha em Poetris.

Saint-Just

Quando à tribuna ele se ergueu, rugindo,
– Ao forte impulso das paixões audazes
Ardente o lábio de terríveis frases
E a luz do gĂŞnio em seu olhar fulgindo,

A tirania estremeceu nas bases,
De um rei na fronte ressumou, pungindo,
Um suor de morte e um terror infindo
Gelou o seio aos cortesĂŁos sequazes –

Uma alma nova ergueu-se em cada peito,
Brotou em cada peito uma esperança,
De um sono acordou, firme, o Direito –

E a Europa – o mundo – mais que o mundo, a França –
Sentiu numa hora sob o verbo seu
As comoções que em séculos não sofreu!

Rimas

Ontem – quando, soberba, escarnecias
Dessa minha paixĂŁo – louca – suprema
E no teu lábio, essa rósea algema,
A minha vida – gĂ©lida – prendias…

Eu meditava em loucas utopias,
Tentava resolver grave problema…
Como engastar tua alma num poema?
E eu nĂŁo chorava quando tu te rias…

Hoje, que vivo desse amor ansioso
E Ă©s minha – Ă©s minha, extraordinária sorte,
Hoje eu sou triste sendo tĂŁo ditoso!

E tremo e choro – pressentindo – forte,
Vibrar, dentro em meu peito, fervoroso,
Esse excesso de vida – que Ă© a morte…