Conchita
Adeus aos filtros da mulher bonita;
A esse rosto espanhol, pulcro e moreno;
Ao pĂ© que no bolero… ao pĂ© pequeno;
PĂ© que, alĂgero e cĂ©lere, saltita…Lira do amor, que o amor nĂŁo mais excita,
A um silĂȘncio de morte eu te condeno;
Despede-te; e um adeus, no Ășltimo treno,
Soluça às graças da gentil Conchita:A esses, que em ondas se levantam, seios
Do mais cheiroso jambo; a esses quebrados
Olhos meridionais de ardĂȘncia cheios;A esses lĂĄbios, enfim, de nĂĄcar vivo,
Virgens dos lĂĄbios de outrem, mas corados
Pelos beijos de um sol quente e lascivo.
Sonetos sobre Morte de Raimundo Correia
2 resultados Sonetos de morte de Raimundo Correia. Leia este e outros sonetos de Raimundo Correia em Poetris.
Desdéns
Realçam no marfim da ventarola
As tuas unhas de coral felinas
Garras com que, a sorrir, tu me assassinas,
Bela e feroz… O sĂąndalo se evolua;O ar cheiroso em redor se desenrola;
Pulsam os seios, arfam as narinas…
Sobre o espaldar de seda o torso inclinas
Numa indolĂȘncia mĂłrbida, espanhola…Como eu sou infeliz! Como Ă© sangrenta
Essa mĂŁo impiedosa que me arranca
A vida aos poucos, nesta morte lenta!Essa mĂŁo de fidalga, fina e branca;
Essa mĂŁo, que me atrai e me afugenta,
Que eu afago, que eu beijo, e que me espanca!