CrĂ­tica da Poesia

Que a frenética poesia me perdoe
se a um baço rumor levanto o laço,
pois que verso nĂŁo hĂĄ onde nĂŁo soe
a mĂșsica discreta doutro espaço.

Horizonte do verso Ă© a dureza:
jĂĄ mansidĂŁo nĂŁo cabe neste olhar
que se pousa na faca sobre a mesa
e aprende nela o fio do seu cantar.

Mas se olhar nela pousa, como corta?
E se as palavras sabemos retomar,
quem nos devolve a chave dessa porta
onde a herança estå por encerrar?

TĂŁo longe estĂĄ de nĂłs a poesia
como nuvem nos rouba a luz do dia.