Sonetos sobre Nobreza de Greg贸rio de Matos

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Sonetos de nobreza de Greg贸rio de Matos. Leia este e outros sonetos de Greg贸rio de Matos em Poetris.

Sete Anos A Nobreza Da Bahia

Ao casamento de Pedro 脕lvares de Neiva. Ana Maria era uma donzela nobre, e rica, que veio da 脥ndia sendo solicitada pelos melhores da terra para despos谩rios, empreendeu frei Tom谩s cas谩-la com o dito e o conseguiu.

Sete anos a nobreza da Bahia
Servia a uma pastora indiana e bela,
Por茅m servia a 脥ndia, e n茫o a ela,
Que a 脥ndia s贸 por pr锚mio pretendia.

Mil dias na esperan莽a de um s贸 dia
Passava, contentando-se com v锚-la:
Mas frei Tom谩s, usando de cautela,
Deu-lhe o vil茫o, quitou-lhe a fidalguia.

Vendo o Brasil que por t茫o sujos modos
Se lhe usurpara a sua Dona Elvira
Quase a golpes de um ma莽o e de uma goiva:

Logo se arrependeram de amar todos,
Mas qualquer mais amara se n茫o vira
Para t茫o limpo amor t茫o suja noiva.

Por Consoantes Que Me Deram For莽adas

Neste mundo 茅 mais rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
Com sua l铆ngua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.

Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem m茫o de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.

A flor baixa, se inculca por tulipa;
Bengala hoje na m茫o, ontem garlopa:
Mais isento se mostra o que mais chupa.

Para a tropa do trapo vaso a tripa,
E mais n茫o digo, porque a Musa topa
Em apa, em epa, em ipa, em opa, em upa.