A Um GĂ©rmen
Começaste a existir, geléia crua,
E hĂĄs de crescer, no teu silĂȘncio, tanto
Que, Ă© natural, ainda algum dia, o pranto
Das tuas concreçÔes plåsmicas flua!A ågua, em conjugação com a terra nua,
Vence o granito, deprimindo-o … O espanto
Convulsiona os espĂritos, e, entanto,
Teu desenvolvimento continua!Antes, geléia humana, não progridas
E em retrogradaçÔes indefinidas,
Volvas Ă antiga inexistĂȘncia calma!…Antes o Nada, oh! gĂ©rmen, que ainda haveres
De atingir, como o gérmen de outros seres,
Ao supremo infortĂșnio de ser alma!
Sonetos sobre Nus de Augusto dos Anjos
2 resultados Sonetos de nus de Augusto dos Anjos. Leia este e outros sonetos de Augusto dos Anjos em Poetris.
A Meu Pai Doente
Para onde fores, Pai, para onde fores,
Irei tambĂ©m, trilhando as mesmas ruas…
Tu, para amenizar as dores tuas,
Eu, para amenizar as minhas dores!Que cousa triste! O campo tĂŁo sem flores,
E eu tão sem crença e as årvores tão nuas
E tu, gemendo, e o horror de nossas duas
MĂĄgoas crescendo e se fazendo horrores!Magoaram-te, meu Pai?! Que mĂŁo sombria,
Indiferente aos mil tormentos teus
De assim magoar-te sem pesar havia?!– Seria a mĂŁo de Deus?! Mas Deus enfim
Ă bom, Ă© justo, e sendo justo, Deus,
Deus nĂŁo havia de magoar-te assim!