Sonetos sobre Olhos de Ant贸nio Nobre

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Sonetos de olhos de Ant贸nio Nobre. Leia este e outros sonetos de Ant贸nio Nobre em Poetris.

脌 Luz da Lua!

Iamos s贸s pela floresta amiga,
Onde em perfumes o luar se evola,
Olhando os c茅us, modesta rapariga!
Como as crian莽as ao sair da escola.

Em teus olhos dormentes de fadiga,
Meio cerrados como o olhar da rola,
Eu ia lendo essa ballada antiga
D’uns noivos mortos ao cingir da estola…

A Lua-a-Branca, que 茅 tua avozinha,
Cobria com os seus os teus cabellos
E dava-te um aspeto de velhinha!

Que linda eras, o luar que o diga!
E eu compondo estes versos, tu a lel-os,
E ambos scismando na floresta amiga…

Que Aborrecido!

Meus dias de rapaz, de adolescente,
Abrem a boca a bocejar, sombrios:
Deslizam vagarosos, como os Rios,
Sucedem-se uns aos outros, igualmente.

Nunca desperto de manh茫, contente.
P谩lido sempre com os l谩bios frios,
Ora, desfiando os meus ros谩rios pios…
Fora melhor dormir, eternamente!

Mas n茫o ter eu aspira莽玫es vivazes,
E n茫o ter como t锚m os mais rapazes,
Olhos boiados em sol, l谩bio vermelho!

Quero viver, eu sinto-o, mas n茫o posso:
E n茫o sei, sendo assim enquanto mo莽o,
O que serei, ent茫o, depois de velho.