Uns Lindos Olhos, Vivos, Bem Rasgados
Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados,
Um garbo senhoril, nevada alvura;
Metal de voz que enleva de doçura,
Dentes de aljĂ´far, em rubi cravados:Fios de ouro, que enredam meus cuidados,
Alvo peito, que cega de candura;
Mil prendas; e (o que Ă© mais que formosura)
Uma graça, que rouba mil agrados.Mil extremos de preço mais subido
Encerra a linda Márcia, a quem of’reço
Um culto, que nem dela inda é sabido:Tão pouco de mim julgo que a mereço,
Que enojá-la não quero de atrevido
Co’ as penas, que por ela em vĂŁo padeço.
Sonetos sobre Peito de Filinto ElĂsio
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Tem a Virtude o Prémio
Tardio Ă s vezes, sempre merecido,
Tem a Virtude o prémio aparelhado
Ao profĂcuo talento, ao peito honrado,
Que do dever o stádio tem corrido.O Sábio, que dos louros esquecido
SĂł no obrar bem os olhos tem cravado
InĂłpino tambĂ©m se acha c’roado
Por mĂŁos sob’ranas c’o laurel devidoĂštil Ă Pátria seja, as paixões dome,
Seja piedoso, honesto, afável, justo;
Que no futuro o espera Ănclito nome.»Assim falou Minerva ao Coro augusto,
Pondo no Templo do imortal Renome,
De glĂłria ornado, o teu prezado Busto.