Sonetos sobre Peito de Filinto ElĂ­sio

2 resultados
Sonetos de peito de Filinto ElĂ­sio. Leia este e outros sonetos de Filinto ElĂ­sio em Poetris.

Uns Lindos Olhos, Vivos, Bem Rasgados

Uns lindos olhos, vivos, bem rasgados,
Um garbo senhoril, nevada alvura;
Metal de voz que enleva de doçura,
Dentes de aljĂ´far, em rubi cravados:

Fios de ouro, que enredam meus cuidados,
Alvo peito, que cega de candura;
Mil prendas; e (o que Ă© mais que formosura)
Uma graça, que rouba mil agrados.

Mil extremos de preço mais subido
Encerra a linda Márcia, a quem of’reço
Um culto, que nem dela inda Ă© sabido:

Tão pouco de mim julgo que a mereço,
Que enojá-la não quero de atrevido
Co’ as penas, que por ela em vĂŁo padeço.

Tem a Virtude o Prémio

Tardio Ă s vezes, sempre merecido,
Tem a Virtude o prémio aparelhado
Ao profĂ­cuo talento, ao peito honrado,
Que do dever o stádio tem corrido.

O Sábio, que dos louros esquecido
SĂł no obrar bem os olhos tem cravado
InĂłpino tambĂ©m se acha c’roado
Por mĂŁos sob’ranas c’o laurel devido

Útil à Pátria seja, as paixões dome,
Seja piedoso, honesto, afável, justo;
Que no futuro o espera ínclito nome.»

Assim falou Minerva ao Coro augusto,
Pondo no Templo do imortal Renome,
De glĂłria ornado, o teu prezado Busto.