Sonho Vago
Um sonho alado que nasceu um instante,
Erguido ao alto em horas de demĂȘncia…
Gotas de ĂĄgua que tombam em cadĂȘncia
Na minh’alma tristĂssima, distante…Onde estĂĄ ele, o Desejado? O Infante?
O que hĂĄ-de vir e amar-me em doida ardĂȘncia?
O das horas de mĂĄgoa e penitĂȘncia?
O PrĂncipe Encantado? O Eleito? O Amante?E neste sonho eu jĂĄ nem sei quem sou…
O brando marulhar dum longo beijo
Que nĂŁo chegou a dar-se e que passou…Um fogo-fĂĄtuo rĂștilo, talvez…
E eu ando a procurar-te e jĂĄ te vejo!
E tu jĂĄ me encontraste e nĂŁo me vĂȘs!…
Sonetos sobre PrĂncipes de Florbela Espanca
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