MarĂlia De Dirceu
Soneto 9
Mudou-se enfim Lidora, essa Lidora
Por quem mil vezes fé me foi jurada.
Que vos detém, ó céus, que castigada
Ainda nĂŁo deixais tĂŁo vil traidora?NĂŁo haja piedade; sinta agora
A dita sem remédio em mal trocada:
Pois, se assim nĂŁo sucede, fica ousada
Para ser outra vez enganadora.Vingai, Ăł justos cĂ©us…, mas ah! que digo?
Que maltrateis Lidora? – O sentimento
Privou-me do discurso; eu me desdigo.NĂŁo, nĂŁo vibreis o raio violento;
Pois se que a compaixĂŁo do seu castigo
Há de aumentar depois o meu tormento.
Sonetos sobre Remédios de Tomás Antônio Gonzaga
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