A MĂŁe e o Filho
Teu sĂȘr tragicamente enternecido,
Em desespero de alma transformado,
Vae através do espaço escurecido
E pousa no seu tumulo sagrado.E ele acorda, sentindo-o; e, comovido,
Chora ao vĂȘr teu espirito adorado,
Assim tĂŁo sĂł na noite e arrefecido
E todo de ĂȘrmas lagrimas molhado!E eis que ele diz: “Ă MĂŁe, nĂŁo chores mais!
Em vez dos teus suspiros, dos teus ais,
Quero que venha a mim tua alegria!”E sĂł nas horas em que a MĂŁe descança,
à que ele inclina a fronte de creança
E dorme ao pé de ti, Virgem Maria!
Sonetos sobre Sagrado de Teixeira de Pascoaes
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No Seu Tumulo
Sobre o seu frio berço sepulcral,
Meu espirito resa ajoelhado;
E sente-se perfeito e virginal
Na sua dĂŽr divina concentrado.CaĂ, gotas de orvalho matinal!
Astros, caà do céu todo estrelado!
SĂȘcas flĂŽres do zĂ©firo outomnal,
Vinde enfeitar-lhe o tumulo sagrado!Ă luar da meia noite, encantamento
De sombra, vem cobri-lo! Ă doido Vento,
Dorme com ele, em paz religiosa…Sobre ele, Ăł terra, sĂȘ brandura apenas;
Faze-te luz, toma o calor das pennas;
SĂȘ MĂŁe perfeita, bĂŽa e carinhosa.