Na Roça
Cercada de mestiças, no terreiro,
Cisma a Senhora Moça; vem descendo
A noite, e pouco e pouco escurecendo
O vale umbroso e o monte sobranceiro.Brilham insetos no capim rasteiro,
VĂŞm das matas os negros recolhendo;
Na longa estrada ecoa esmorecendo
O monótono canto de um tropeiro.Atrás das grandes, pardas borboletas,
Crianças nuas lá se vão inquietas
Na varanda correndo ladrilhada.Desponta a lua; o sabiá gorjeia;
Enquanto Ă s portas do curral ondeia
A mugidora fila da boiada…
Sonetos sobre Senhores de António Cândido Gonçalves Crespo
2 resultados Sonetos de senhores de António Cândido Gonçalves Crespo. Leia este e outros sonetos de António Cândido Gonçalves Crespo em Poetris.
Jatir E Coema
JATIR
Desprezo-te, Coema, a velha usança
Que entre nĂłs se pratica… desprezaste:
O bem-vindo estrangeiro abandonaste
Que em mole rede o corpo seu descansa.Desprezo-te, Coema, bem criança
Em meus braços de ferro te criaste
E neles sempre firme abrigo achaste
Mas pede a tua ação pronta vingança.COEMA
Senhor das matas, meu Jatir valente,
Tu desconheces este amor ardente,
Choro embalde a teus pĂ©s mĂsera louca!Afoga-me em teus braços musculosos.
Antes isso, que os beijos asquerosos
Do bem-vindo estrangeiro em minha boca!