Noites em Claro
Passas em claro as noites a chorar;
Dia a dia, teu rosto empalidece…
Faze tu, pobre MĂŁe, por serenar,
Santa Resignação sobre ela desce!Rochedo que a penumbra desvanece,
Tu, por acaso, nĂŁo lhe podes dar
Um pouco d’esse frio que entorpece
O coração e o deixa descançar?…Jamais! Não ha remedio! Nem as horas
Que passam! Toda a fria noite choras;
Tua sombra, no chĂŁo, Ă© mais escura.Soffres! E sinto bem que a tua dĂ´r,
Como se fĂ´ra um beijo, acĂŞso amĂ´r,
Vae-lhe aquecer, ao longe, a sepultura.
Sonetos sobre Sepulturas de Teixeira de Pascoaes
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Minha Alegria
Minha alegria foi no teu caixĂŁo;
Deitou-se ao pé de ti, na sepultura,
A fim de acalentar teu coração
E tornar-te mais branda a terra dura.Por isso, é para mim consolação
Esta sombria dĂ´r que me tortura!
E ponho-me a cantar na solidĂŁo,
Meu cantico esculpido em noite escura!Consola-me saber minha alegria
Longe de mim, perto de ti, na fria
Cova a que tu baixaste apoz a morte.Fôste tu que m’a deste, meu amôr;
Agora, dou-t’a eu: é a minha flôr;
Eu quero que ela soffra a tua sorte.