Ă€ Morte
Os correos da morte sĂŁo chegados,
Por caminhos antigos, impedidos,
Mal com meus olhos, mal com meus ouvidos,
Mal com meus pés, do chão mal levantados.E mal, por não chorar bem meus pecados,
Que sendo sete, e cinco, meus sentidos,
Por serem tantas vezes repetidos,
ImpossĂvel será serem contados.Se nĂŁo viera a morte acompanhada
Da conta, que dar devo tĂŁo estreita,
NĂŁo fora tĂŁo penosa imaginada.Mas a que vivo ou morto tenho feita,
Tenho com meu Senhor na cruz pregada,
Onde o ladrĂŁo contrito nĂŁo se enjeita.
Sonetos sobre Sete de Agostinho da Cruz
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