A Cavalgada
A lua banha a solitĂĄria estrada…
SilĂȘncio!… mas alĂ©m, confuso e brando,
O som longĂnquo vem se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.São fidalgos que voltam da caçada;
VĂȘm alegres, vĂȘm rindo, vĂȘm cantando,
E as trompas a soar vĂŁo agitando
O remanso da noite embalsamada…E o bosque estala, move-se, estremece…
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se apĂłs no centro da montanha…E o silĂȘncio outra vez soturno desce,
E lĂmpida, sem mĂĄcula, alvacenta
A lua a estrada solitĂĄria banha…
Sonetos sobre SilĂȘncio de Raimundo Correia
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Conchita
Adeus aos filtros da mulher bonita;
A esse rosto espanhol, pulcro e moreno;
Ao pĂ© que no bolero… ao pĂ© pequeno;
PĂ© que, alĂgero e cĂ©lere, saltita…Lira do amor, que o amor nĂŁo mais excita,
A um silĂȘncio de morte eu te condeno;
Despede-te; e um adeus, no Ășltimo treno,
Soluça às graças da gentil Conchita:A esses, que em ondas se levantam, seios
Do mais cheiroso jambo; a esses quebrados
Olhos meridionais de ardĂȘncia cheios;A esses lĂĄbios, enfim, de nĂĄcar vivo,
Virgens dos lĂĄbios de outrem, mas corados
Pelos beijos de um sol quente e lascivo.