De Amor nada Mais Resta que um Outubro
De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo mĂstico.NĂŁo me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.
Sonetos sobre Sol de Natália Correia
2 resultados Sonetos de sol de Natália Correia. Leia este e outros sonetos de Natália Correia em Poetris.
Falavam-me de Amor
Quando um ramo de doze badaladas
se espalhava nos mĂłveis e tu vinhas
solstĂcio de mel pelas escadas
de um sentimento com nozes e com pinhas,menino eras de lenha e crepitavas
porque do fogo o nome antigo tinhas
e em sua eternidade colocavas
o que a infância pedia às andorinhas.Depois nas folhas secas te envolvias
de trezentos e muitos lerdos dias
e eras um sol na sombra flagelado.O fel que por nĂłs bebes te liberta
e no manso natal que te conserta
sĂł tu ficaste a ti acostumado.