A SolidĂŁo e Sua Porta
A Francisco Brennand
Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
e quando nada mais interessar
(nem o torpor do sono que se espalha),quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e atĂ© Deus em silĂȘncio se afastar
deixando-te sozinho na batalhaa arquitectar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditĂłrio,
lembra-te que afinal te resta a vidacom tudo que Ă© insolvente e provisĂłrio
e de que ainda tens uma saĂda:
entrar no acaso e amar o transitĂłrio.
Sonetos sobre Sono de Carlos Pena Filho
2 resultados Sonetos de sono de Carlos Pena Filho. Leia este e outros sonetos de Carlos Pena Filho em Poetris.
Soneto, Ă s Cinco Horas da Tarde
Agora que me instigo e me arremesso
ao branco ofĂcio de prender meu sono
e depois atirĂĄ-lo em seu vestido
feito de céu e restos de incerteza,recolho inutilmente de seus låbios
a precisĂŁo do sangue do silĂȘncio
e inauguro uma tarde em suas mĂŁos
gråvidas de gestos e de rumos.Pelo temor e o débil sobressalto
de encontrar sua ausĂȘncia numa esquina
quando extingui canção e permanĂȘncia,guardei todo o impossĂvel de seus olhos,
embora ouvisse, longe, além dos mapas,
bruscos mastins de cedro em seus cabelos.