Eterna Dor

Alma de meu amor, lĂ­rio celeste,
Sonho feito de um beijo e de um carinho,
Criatura gentil, pomba de arminho,
Arrulhando nas folhas de um cipreste.

Ă“ minha mĂŁe! Por que no mundo agreste,
Rola formosa, abandonaste o ninho?
Se as roseiras do CĂ©u nĂŁo tĂŞm espinhos,
Quero ir contigo, Ăł lĂ­rio meu celeste!

Ah! se soubesses como sofro, e tanto!
Leva-me Ă  terra onde nĂŁo corre o pranto,
Leva-me, santa, onde a ventura existe…

Aqui na vida – que tamanha mágoa! –
O prĂłprio olhar de Deus encheu-se d’água…
Ă“ minha mĂŁe, como este mundo Ă© triste!