Paisagem Ănica
Olhas-me tu: e nos teus olhos vejo
Que eu sou apenas quem se vĂȘ: assim
Tu tanto me entregaste ao teu desejo
Que Ă© nos teus olhos que eu me vejo a mim.Em ti, que bem meu corpo se acomoda!
Ah! quanto amor por os teus olhos arde!
Contigo sou? â perco a paisagem toda…
Longe de ti? â sou como um dobre Ă tarde…Adeuses aos casais dessas Marias
Em cuja graça o meu olhar flutua,
Tudo o que amei ao teu amor o entrego.Choupos com ar de velhas Senhorias,
Castelo moiro donde nasce a Lua,
E apenas tu, a tudo o mais sou cego.
Sonetos sobre Tarde de Afonso Duarte
2 resultados Sonetos de tarde de Afonso Duarte. Leia este e outros sonetos de Afonso Duarte em Poetris.
Hora MĂstica
Noite caindo … CĂ©u de fogo e flores.
Voz de CrepĂșsculo exalando cores,
O céu vai cheio de Deus e de harmonia.
SilĂȘncio … Eis-me rezando aos fins do dia.NĂ©voa de luz criando imagens na ĂĄgua,
Nome das åguas esculpindo os céus,
Tarde aos relevos hĂșmidos de frĂĄgua,
Boca da noite, eis-me rezando a Deus.Eis-me entoando, a voz de cinza e ouro,
â Oh, cores na ĂĄgua vindo Ă s mĂŁos em branco! â
Minha Ăłpera de Sol ao Ășltimo arranco.E, oh! hora mĂstica em que o olhar abraso,
â Sol expirando aos PĂłrticos do Ocaso! â
Dobra em meu peito um oceano em coro.