ReminiscĂȘncia
Um dia a vi, nas lamas da miséria,
Como entre pĂąntanos um branco lĂrio,
Velada a fronte em palidez funérea,
O frio vĂ©u das noivas do martĂrio!Pedia esmola â pequena e sĂ©ria â
Os seios, pastos de eternal delĂrio,
Cobertos eram de uma cor cinĂ©rea â
Seus olhos tinham o brilhar do cĂrio.Tempos depois nâum carro â audaz, brilhante,
Uma mulher eu vi â febril, galante…
Lancei-lhe o olhar e… maldição! tremi…Ria-se â cĂnica, servil… faceira?
O carro nâuma nuvem de poeira
Se arremessou… e eu nunca mais a vi!
Sonetos sobre Tempo de Euclides da Cunha
2 resultados Sonetos de tempo de Euclides da Cunha. Leia este e outros sonetos de Euclides da Cunha em Poetris.
Amor Algébrico
Acabo de estudar – da ciĂȘncia fria e vĂŁ,
O gelo, o gelo atroz me gela ainda a mente,
Acabo de arrancar a fronte minha ardente
Das påginas cruéis de um livro de Bertrand.Bem triste e bem cruel decerto foi o ente
Que este Saara atroz – sem aura, sem manhĂŁ,
A Ălgebra criou – a mente, a alma mais sĂŁ
Nela vacila e cai, sem um sonho virente.Acabo de estudar e pĂĄlido, cansado,
Dumas dez equaçÔes os véus hei arancado,
Estou cheio de spleen, cheio de tĂ©dio e giz.Ă tempo, Ă© tempo pois de, trĂȘmulo e amoroso,
Ir dela descansar no seio venturoso
E achar do seu olhar o luminoso X.