Ah! Os RelĂłgios
Amigos, nĂŁo consultem os relĂłgios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fĂşteis problemas tĂŁo perdidas
que atĂ© parecem mais uns necrolĂłgios…Porque o tempo Ă© uma invenção da morte:
nĂŁo o conhece a vida – a verdadeira –
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma Ă© dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguĂ©m – ao voltar a si da vida –
acaso lhes indaga que horas sĂŁo…
Sonetos sobre Tempo de Mário Quintana
2 resultados Sonetos de tempo de Mário Quintana. Leia este e outros sonetos de Mário Quintana em Poetris.
A Rua Dos Cataventos – IX – Para EmĂlio Kemp
É a mesma a ruazinha sossegada.
Com as velhas rondas e as canções de outrora…
E os meus lindos pregões da madrugada
Passam cantando ruazinha em fora!Mas parece que a luz está cansada…
E, nĂŁo sei como, tudo tem, agora,
Essa tonalidade amarelada
Dos cartazes que o tempo descolora…Sim, desses cartazes ante os quais
NĂłs Ă s vezes paramos, indecisos…
Mas para quĂŞ?… Se nĂŁo adiantam mais!…Pobres cartazes por aĂ afora
Que inda anunciam: – Alegrias – Risos
Depois do Circo já ter ido embora!…