A Ăgua Toda Secou AtĂ© Nos Olhos
â Meu culto ao CearĂĄ, Coração do Brasil.
O rio vai morrer, sem que nada o socorra,
sem que ninguém, jamais, bendiga o moribundo.
Morre na solidĂŁo, no silĂȘncio profundo,
e o malårico mal o mantém em modorra.A enfermidade faz que da boca lhe escorra
o limo, feito fel, viscoso e nauseabundo.
E o terror se lhe vĂȘ das Ăłrbitas ao fundo.
ParalĂtico jaz na estreitez da masmorra.Tu sĂł, tu, meu IrmĂŁo, que a misĂ©ria nĂŁo vence.
Que suportando a sede, a fome, a febre, o frio,
sem que prĂȘmio nenhum teu martĂrio compense.Poeta, herĂłi, semideus, sabes o desvario,
a sobre-humana dor, a bravura, cearense,
de quem se suicidou, vendo morrer o rio.
Sonetos sobre Terror de Martins Fontes
1 resultado Sonetos de terror de Martins Fontes. Leia este e outros sonetos de Martins Fontes em Poetris.