Soneto III – A Um Infeliz
Geme, geme, mortal infortunado,
É fado teu gemer continuamente:
Perante as leis do Fado és delinqüente,
Sempre tirano algoz terás no Fado.Mas para não ser mais envenenado
O fel que essa alma bebe, e o mal que sente,
Não te iluda o falaz riso aparente
De um futuro de rosas coroado.Só males o presente te afiança:
Encrustado de vermes charco imundo
Se te volve o passado na lembrança.Busca, pois, o da morte ermo profundo:
Despedaça a grinalda da esperança:
Crava os olhos na campa, e deixa o mundo.
Sonetos sobre Tiranos de Laurindo Rabelo
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