Meu Ser Evaporei na Luta Insana
Meu ser evaporei na luta insana
Do tropel de paixÔes que me arrastava:
Ah! cego eu cria, ah! mĂsero eu sonhava
Em mim quasi imortal a essĂȘncia humana!De que inĂșmeros sĂłis a mente ufana
ExistĂȘncia falaz me nĂŁo dourava!
Mas eis sucumbe Natureza escrava
Ao mal, que a vida em sua origem dana.Prazeres, sĂłcios meus, e meus tiranos!
Esta alma, que sedenta em si nĂŁo coube,
No abismo vos sumiu dos desenganosDeus, Ăł Deus!… quando a morte a luz me roube,
Ganhe um momento o que perderam anos,
Saiba morrer o que viver nĂŁo soube.
Sonetos sobre Tiranos de Manuel Maria Barbosa du Bocage
2 resultados Sonetos de tiranos de Manuel Maria Barbosa du Bocage. Leia este e outros sonetos de Manuel Maria Barbosa du Bocage em Poetris.
Vós, Crédulos Mortais, Alucinados
Vós, crédulos mortais, alucinados
de sonhos, de quimeras, de aparĂȘncias
colheis por uso erradas consequĂȘncias
dos acontecimentos desastrados.Se à perdição correis precipitados
por cegas, por fogosas, impaciĂȘncias,
indo a cair, gritais que sĂŁo violĂȘncias
de inexoråveis céus, de negros fados.Se um celeste poder tirano e duro
Ă s vezes extorquisse as liberdades,
que prestava, ó Razão, teu lume puro?Não forçam coraçÔes as divindades,
fado amigo nĂŁo hĂĄ nem fado escuro:
fados são as paixÔes, são as vontades.