Inconstância
Procurei o amor que me mentiu.
Pedi Ă Vida mais do que ela dava.
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!Tanto clarĂŁo nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!Passei a vida a amar e a esquecer…
Um sol a apagar-se e outro a acender
Nas brumas dos atalhos por onde ando…E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há de partir tambĂ©m… nem eu sei quando…
Sonetos sobre Trevas de Florbela Espanca
2 resultados Sonetos de trevas de Florbela Espanca. Leia este e outros sonetos de Florbela Espanca em Poetris.
Loucura
Tudo cai! Tudo tomba! Derrocada
Pavorosa! NĂŁo sei onde era dantes.
Meu solar, meus palácios, meus mirantes!
NĂŁo sei de nada, Deus, nĂŁo sei de nada!…Passa em tropel febril a cavalgada
Das paixões e loucuras triunfantes!
Rasgam-se as sedas, quebram-se os diamantes!
NĂŁo tenho nada, Deus, nĂŁo tenho nada!…Pesadelos de insĂłnia, Ă©brios de anseio!
Loucura a esboçar-se, a enegrecer
Cada vez mais as trevas do meu seio!Ă“ pavoroso mal de ser sozinha!
Ă“ pavoroso e atroz mal de trazer
Tantas almas a rir dentro da minha!