Os Doentes
Como uma cascavel que se enroscava
A cidade dos lázaros dormia…
Somente, na metrópole vazia,
Minha cabeça autônoma pensava!Mordia-me a obsessão má de que havia,
Sob os meus pés, na terra onde eu pisava,
Um fígado doente que sangrava
E uma garganta de órfã que gemia!Tentava compreender com as conceptivas
Funções do encéfalo as substâncias vivas
Que nem Spencer, nem Haeckei compreenderam…E via em mim, coberto de desgraças,
O resultado de biliões de raças
Que há muitos anos desapareceram!
Sonetos sobre Vazio de Augusto dos Anjos
2 resultados Sonetos de vazio de Augusto dos Anjos. Leia este e outros sonetos de Augusto dos Anjos em Poetris.
O Fim Das Coisas
Pode o homem bruto, adstricto à ciência grave,
Arrancar, num triunfo surpreendente,
Das profundezas do Subconsciente
O milagre estupendo da aeronave!Rasgue os broncos basaltos negros, cave,
Sôfrego, o solo sáxeo; e, na ânsia ardente
De perscrutar o íntimo do orbe, invente
A limpada aflogística de Davy!Em vão! Contra o poder criador do Sonho
O Fim das Coisas mostra-se medonho
Como o desaguadouro atro de um rio …E quando, ao cabo do último milênio,
A humanidade vai pesar seu gênio
Encontra o mundo, que ela encheu, vazio!