2A Sombra – Bárbara
Erguendo o cálix que o Xerez perfuma.
Loura a trança alastrando-lhe os joelhos,
Dentes nĂveos em lábios tĂŁo vermelhos,
Como boiando em purpurina escuma;Um dorso de ValquĂria… alvo de bruma,
Pequenos pés sob infantis artelhos,
Olhos vivos, tĂŁo vivos, como espelhos,
Mas como eles também sem chama alguma;Garganta de um palor alabastrino,
Que harmonias e mĂşsicas respira…
No lábio – um beijo… no beijar – um hino;Harpa eĂłlia a esperar que o vento a fira,
– Um pedaço de mármore divino…
– É o retrato de Bárbara – a Hetaira.
Sonetos sobre Vento de Castro Alves
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3A Sombra – Ester
Vem! no teu peito cálido e brilhante
O nardo oriental melhor transpira!
Enrola-te na longa cachemira,
Como as judias moles do Levante,Alva a clâmide aos ventos – roçagante…
TĂşmido o lábio, onde o saltĂ©rio gira…
Ă“ musa de Israel! pega da lira…
Canta os martĂrios de teu povo errante!Mas nĂŁo… brisa da pátria alĂ©m revoa,
E ao delamber-lhe o braço de alabastro,
Falou-lhe de partir… e parte… e voa. . .Qual nas algas marinhas desce um astro…
Linda Ester! teu perfil se esvai… s’escoa…
SĂł me resta um perfume… um canto… um rastro…