Enterro de Ophelia
Morreu, Vae a dormir, vae a sonhar… Deixal-a!
(Fallae baixinho: agora mesmo se ficou…)
Como padres orando, os choupos formam ala,
Nas margens do ribeiro onde ella se afogou…Toda de branco vae, n’esse habito de opala,
Para um convento: n茫o o que o Hamlet lhe indicou,
Mas para um outro, horror! que tem por nome Valla,
D’onde jamais saiu quem, l谩, uma vez entrou!…O lindo Por-do-Sol, que era doido por ella,
Que a perseguia sempre, em palacio e na rua,
Vede-o, coitado! mal pode suster a vela…Como damas de honor, nymphas seguem-lhe os rastros,
E, assomando no c茅u, sua Madrinha, a Lua,
Por ella vae desfiando as suas contas, Astros!
Sonetos sobre Vez de Ant贸nio Nobre
4 resultadosContinua a Tempestade
Aqui, sobre estas aguas cor de azeite,
Scismo em meu lar, na paz que l谩 havia:
Carlota, 谩 noite, ia ver se eu dormia
E vinha, de manh茫, trazer-me o leite…Aqui, n茫o tenho um unico deleite!
Talvez… baixando, em breve, 谩 Agoa fria,
Sem um beijo, sem uma Ave-Maria,
Sem uma flor, sem o menor enfeite…Ah! podesse eu voltar 谩 minha infancia!
Lar adorado, em fumos, a distancia,
Ao p茅 de minha Irm茫, vendo-a bordar…Minha velha aia! conta-me essa historia
Que principiava, tenho-a na memoria,
芦Era uma vez…禄
Ah deixem-me chorar!
Maes, Vinde Ouvir!
Longe de ti, na cella do meu quarto,
Meu copo cheio de agoirentas fezes,
Sinto que rezas do Outro-mundo, harto,
Pelo teu filho. Minha M茫e, n茫o rezes!Para fallar, assim, ve tu! j谩 farto,
Para me ouvires blasphemar, 谩s vezes,
Soffres por mim as dores crueis do parto
E trazes-me no ventre nove mezes!Nunca me houvesses dado 谩 luz, Senhora!
Nunca eu mamasse o leite aureolado
Que me fez homem, magica bebida!F么ra melhor n茫o ter nascido, f么ra,
Do que andar, como eu ando, degredado
Por esta Costa d’Africa da Vida…
S锚 de Pedra!
N茫o reparaste nunca? Pela aldeia,
Nos fios telegraphicos da estrada,
Cantam as aves, desde que o sol nada,
E, 谩 noite, se faz sol a lua cheia…No entanto, pelo arame que as tenteia,
Quanta tortura vae, n’uma ancia alada!
O Ministro que joga uma cartada,
Alma que, 谩s vezes, d’al茅m-mar anceia:– Revolu莽茫o! – Inutil. – Cem feridos,
Setenta mortos. – Beijo-te! – Perdidos!
– Emfim, feliz! – ?- ! – Desesperado. -Vem!E as lindas aves, bem se importam ellas!
Continuam cantando, tagarellas:
Assim, Antonio! deves ser tambem.