LIV
Ninfas gentis, eu sou, o que abrasado
Nos incĂŞndios de Amor, pude alguma hora,
Ao som da minha cĂtara sonora,
Deixar o vosso império acreditado.Se vós, glórias de amor, de amor cuidado,
Ninfas gentis, a quem o mundo adora,
NĂŁo ouvis os suspiros, de quem chora,
Ficai-vos; eu me vou; sigo o meu fado.Ficai-vos; e sabei, que o pensamento
Vai tĂŁo livre de vĂłs, que da saudade
Não receia abrasar-se no tormento.Sim; que solta dos laços a vontade,
Pelo rio hei de ter do esquecimento
Este, aonde jamais achei piedade.
Sonetos sobre Vontade de Cláudio Manuel da Costa
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