TĂŁo Grande Dor
âTĂŁo grande dor para tĂŁo pequeno povoâ palavras de um timorense Ă RTP
Timor fragilĂssimo e distante
Do povo e da guerrilha
Evanescente nas brumas da montanhaâSĂąndalo flor bĂșfalo montanha
Cantos danças ritos
E a pureza dos gestos ancestraisâEm frente ao pasmo atento das crianças
Assim contava o poeta Rui Cinatti
Sentado no chĂŁo
Naquela noite em que voltara da viagemTimor
Dever que nĂŁo foi cumprido e que por isso dĂłiDepois vieram notĂcias desgarradas
Raras e confusas
ViolĂȘncias mortes crueldade
E anos apĂłs ano
Ia crescendo sempre a atrocidade
E dia a dia â espanto prodĂgio assombro â
Cresceu a valentia
Do povo e da guerrilha
Evanescente nas brumas da montanhaTimor cercado por um bruto silĂȘncio
Mais pesado e mais espesso do que o muro
De Berlim que foi sempre falado
Porque nĂŁo era um muro mas um cerco
Que por segundo cerco era cercadoO cerco da surdez dos consumistas
TĂŁo cheios de jornais e de notĂciasMas como se fosse o milagre pedido
Pelo rio da prece ao som das balas
As imagens do massacre foram salvas
As imagens romperam os cercos do silĂȘncio
Irromperam nos Ă©crans e os surdos viram
A evidĂȘncia nua das imagens
Passagens sobre Surdez
4 resultados..a surdez foi de grande valia para mim. Poupou-me o trabalho de ficar ouvindo grande quantidade de conversas inĂșteis e me ensinou a ouvir a voz interior.
A surdez Ă© bĂĄlsamo que poucos sabem usar.
O Instinto Trabalhado
SĂł pode inspirar a acção, servir de credo, o pensamento que se tenha tornado maquinal, instintivo. Perigo de nos analisarmos demasiadamente: as veias vivas do temperamento ficam, dessa maneira, excessivamente dilucidadas e tornadas maquinais, devido Ă familiaridade. O que Ă© preciso, pelo contrĂĄrio, Ă© a arte de dar livre curso aos impulsos espirituais, deixando-os agir, mecanicamente, sob o estĂmulo. HĂĄ o manual do catecismo â por de mais conhecido e postiço â e o maquinal do instinto. Ă preciso favorecer, explorar, reconhecer e apoiar o instinto, sem lhe roubar o vigor por meio da reflexĂŁo. Mas Ă© preciso reflectir nele, para o acompanhar na acção e substituĂ-lo nos momentos de surdez.