A InteligĂȘncia e o Sentido Moral

A inteligĂȘncia Ă© quase inĂștil para aqueles que sĂł a possuem a ela. O intelectual puro Ă© um ser incompleto, infeliz, pois Ă© incapaz de atingir aquilo que compreende. A capacidade de apreender as relaçÔes das coisas sĂł Ă© fecunda quando associada a outras actividades, como o sentido moral, o sentido afectivo, a vontade, o raciocĂ­nio, a imaginação e uma certa força orgĂąnica. SĂł Ă© utilizĂĄvel Ă  custa de esforço.
Os detentores da ciĂȘncia preparam-se longamente realizando um duro trabalho. Submetem-se a uma espĂ©cie de ascetismo. Sem o exercĂ­cio da vontade, a inteligĂȘncia mantĂ©m-se dispersa e estĂ©ril. Uma vez disciplinada, torna-se capaz de perseguir a verdade. Mas sĂł a atinge plenamente se for ajudada pelo sentido moral. Os grandes cientistas tĂȘm sempre uma profunda honestidade intelectual. Seguem a realidade para onde quer que ela os conduza. Nunca procuram substituĂ­-la pelos seus prĂłprios desejos, nem ocultĂĄ-la quando se torna opressiva. O homem que quiser contemplar a verdade deve manter a calma dentro de si mesmo. O seu espĂ­rito deve ser como a ĂĄgua serena de um lago. As actividades afectivas, contudo, sĂŁo indispensĂĄveis ao progresso da inteligĂȘncia. Mas devem reduzir-se a essa paixĂŁo que Pasteur chamava deus inteiror, o entusiasmo.

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