É Preciso Restaurar o Homem
A minha civilização repousa sobre o culto do Homem atravĂ©s dos indivĂduos. Teve o desĂgnio, durante sĂ©culos, de mostrar o Homem, assim como ensinou a distinguir uma catedral atravĂ©s das pedras. Pregou esse Homem que dominava o indivĂduo…
Porque o Homem da minha civilização não se define através dos homens. São os homens que se definem através dele. Há nele, como em todo o Ser, qualquer coisa que os materiais que o compõem não explicam. Uma catedral é uma coisa muito diferente de uma soma de pedras. É geometria e arquitectura. Não são as pedras que a definem, é ela que enriquece as pedras com o seu próprio significado. Essas pedras ficam enobrecidas por serem pedras de uma catedral. As pedras mais diversas servem a sua unidade. A catedral as absorve, até às gárgulas mais horrendas, no seu cântico.
Mas, pouco a pouco, esqueci a minha verdade. Julguei que o Homem resumia os homens, tal como a Pedra resume as pedras. Confundi catedral e soma de pedras, e, pouco a pouco, a herança desvaneceu-se. É preciso restaurar o Homem. Ele Ă© a essĂŞncia da minha cultura. Ele Ă© a chave da minha Comunidade. Ele Ă© o princĂpio da minha vitĂłria.
Textos sobre Arquitetura de Antoine de Saint-Exupéry
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Não Transformes as Tuas Convicções em Pedras
Quando as verdades sĂŁo evidentes e absolutamente contraditĂłrias, o que tens a fazer Ă© mudar de linguagem. A lĂłgica nĂŁo serve para te ajudar a passares de um andar para o outro. Tu nĂŁo prevĂŞs o recolhimento a partir das pedras. E, se falares do recolhimento com a linguagem das pedras, vais-te abaixo. Precisas de inventar essa palavra nova para dares conta de uma certa arquitectura das tuas pedras. Porque nasceu um ser novo, nĂŁo divisĂvel, nem explicável; porque explicar Ă© demonstrar. E tu baptiza-lo entĂŁo com um nome.
Como Ă© que tu havias de raciocinar sobre o recolhimento? Como Ă© que havias de raciocinar sobre o amor? Como Ă© que havias de raciocinar sobre a propriedade? NĂŁo se trata de objectos, mas de deuses.